relatório final Priscila Couto Ilha, Rayana Andrade Mendes Dutra, Arthur Matheus Rosa Santos (PICV)

A EDIÇÃO DE LIVROS DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS NO BRASIL CONTEMPORÂNEO: ANÁLISE COMPARATIVA DAS EDITORAS CONTEXTO E PARÁBOLA

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relatório final J. Victor Messias

Este relatório encerra alguns pontos levantados do Relatório Parcial. Questões como a figura monstruosa da personagem Barbazul, as implicações de seu público projetado, o que ser um conto de fadas significa e o que ser uma variante de um conto de fadas também. Separamos a análise em dois focos: o diacrônico – a produção de sentidos que remontam à história das narrativas – e o sincrônico – como os objetos circulam esses sentidos em sua materialidade. Ainda adicionamos uma terceira análise, que continua a análise da emissão de ethos através da gotificação, focando em como são o ethos dito e o ethos mostrado em Barbazul (2017), que, somados ao ethos prévio, configuram um ethos ominoso – e não sombrio, como supúnhamos no início da pesquisa. Durante a escrita deste relatório, a participação em cursos e eventos acadêmicos, assim como nas reuniões do GP Comunica – Inscrições Linguísticas na Comunicação (UFSCar/CEFET-MG, CNPq) e seu subgrupo de leitura o “Leitura Coletiva”, e as reuniões da disciplina “TCC 2” focadas nos projetos de IC/TCC sob orientação da Profa. Dra. Luciana Salazar Salgado, foi essencial, contribuindo com novas leituras, revisões teóricas e trocas de saberes. A forma como se dispõem as informações deste relatório assim como a forma de análise surgiram desse diálogo com os colegas. O que se reflete em nossas considerações, sobre esta pesquisa de iniciação à vida acadêmica poder funcionar como uma leitura prévia de colegas que queiram estudar Barbazul (2017) ou outros contos de fadas postos em circulação no tempo presente.

Relatório-Final_FAPESP-J. Victor Messias

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relatório Ana Paula Slompo

A partir de reflexões sobre o mundo mercadológico do livro e do conceito de espaço literário (MAINGUENEAU, 2018 [2004]), realizamos uma análise da posição ocupada pelo objeto editorial Turma da Mônica: Romeu e Julieta (2015) no mundo. Para esse fim também foram utilizadas teorias de Debray (2000), como mídium e o conceito de ethos discursivo para a Análise do Discurso de tradição francesa, principalmente a formulação de Maingueneau (2008), por ser uma adaptação de uma história já conhecida com outros personagens já conhecidos. Além disso, mobilizamos o conceito de formalização material para Flusser (2007), a noção de intermidialidade (CLUVER, 2006), e abordagens sobre a simbologia das cores a partir do estudo de Guimarães (2001). Tais conceitos foram utilizados pelo fato de que o objeto levanta várias questões a respeito do mundo da edição, em especial da publicação de adaptações em quadrinhos, desde sua existência material até sua posição no campo, pois Turma da Mônica: Romeu e Julieta (2015) é uma adaptação da peça teatral clássica de Shakespeare, Romeu e Julieta, que obteve muito sucesso, sendo lançada tanto em forma de história em quadrinhos (1978) quanto como teatro musical (1978), filme (1979) e LP (1978). A edição aqui estudada é de 2015, momento em que a HQ teve uma reedição comemorativa pelos 80 anos do criador dos personagens e autor de muitas histórias envolvendo a turma, Mauricio de Sousa, o que nos levou a pensar a autoria a partir de Maingueneau (2018 [2006]). As análises nos levaram a compreender como se dá o ethos discursivo neste tipo de adaptação: o ethos efetivo é um ethos paratópico que é uma composição de Turma da Mônica e Romeu e Julieta.

Relatório Ana Paula Slompo

relatórios J. Victor Messias (PIBIC/CNPq e FAPESP)

PIBIC/CNPQ

Esse relatório é produto da pesquisa realizada de setembro de 2020 a janeiro de 2021 com financiamento do CNPq a partir de bolsa PIBIC. As análises foram feitas a partir do quadro teórico utilizado em produções do GP Comunica – inscrições linguísticas na comunicação (UFSCar, CEFET-MG). Tanto os pesquisadores envolvidos, como o relatório e o GP são parte da rede de pesquisa do Laboratório de Escritas Profissionais e Processos de Edição – LABEPPE (CNPq). A pesquisa tem como norte o que foi denominado como ethos sombrio, ou seja, a produção de uma imagem de si que se revela como gótica. A partir disso a análise foi pautada em achar os elementos que corroboram com a hipótese de se tratar de um objeto gótico, atentando-se tanto ao texto escrito quanto o texto imagético e a relação que eles possuem entre si. A denominação flutuante dada para Barbazul (2017) — “adaptação”, “reconto”, “versão”, “releitura” — já nos mostra que há uma problemática; não se trata exatamente do conto de fadas de Perrault (1697), da mesma forma que não é de todo independente e original. Portanto, dizer que Barbazul (1697) é similar a um nó de uma extensa rede de outros nós, que são outros textos e objetos, que se formam antes e a partir dele, é essencial para visualizar o que a teoria propõe; Maingueneau trará a rede de aparelhos, enquanto Debray explicará a transmissão de valores através do jogo Organização Materializada (O.M.) e Matéria Organizada (M.O.). Uma vez analisada a posição em que o objeto está, é possível desenvolver melhor como os sentidos que são emitidos dele são formados, e como esses sentidos podem ser recebidos em sua vida pública. No entanto este relatório é um produto parcial, as respostas não são definitivas, muito menos limitantes, o que está presente é resultado de uma reflexão que respeita os limites semânticos do objeto e o que pode ser analisado pelas teorias mobilizadas, cabendo, assim, retificações em um futuro.

Relatório_PIBIC/CNPq

FAPESP

Os cinco primeiros meses de pesquisa contemplados por este relatório foram dedicados a(o):
– investigação das características do objeto levantadas no projeto;
– leitura da bibliografia para aprofundamento teórico;
– levantamento de mais textos a fim de suprir as novas necessidades teóricas;
– leituras coletivas com o GP Comunica – Inscrições Linguísticas na Comunicação (UFSCar/CEFET-MG, CNPq);
– leituras coletivas com o Grupo de Estudos Glotopolíticas da edição;
– leituras coletivas com os subgrupos do GP Comunica – Inscrições Linguísticas na Comunicação (UFSCar/CEFET-MG, CNPq);
– cumprimento do Estágio Obrigatório 1 do curso de graduação em Linguística – Bacharelado, na UFSCar – São Carlos;
– apoio técnico do GP Comunica – Inscrições Linguísticas na Comunicação (UFSCar/CEFET-MG, CNPq);
– aplicação dos conceitos mobilizados em esboços de análise;
– coleta de novos materiais para auxiliar na análise do objeto de pesquisa;
– fichamento da bibliografia;
– participação em eventos, nas modalidades ouvinte e apresentador de pôster;
– primeiras análises mobilizando o instrumental teórico-analítico e os novos conhecimentos adquiridos a partir dos textos não previstos no projeto.

Relatório-Parcial_FAPESP

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relatório Amanda Chieregatti

Partindo do quadro teórico da Análise do Discurso de linha francesa e, com base nos estudos sobre paratopia criadora apresentados por Dominique Maingueneau (2006), focalizamos três obras da autora inglesa Jane Austen (1775 – 1817), Razão e Sensibilidade (1811), Orgulho e Preconceito (1813) e Persuasão (1818), observando o funcionamento da autoria e analisando a leitura contemporânea dessas obras, que as refere como pertencentes ao discurso feminista. Tendo em vista o contexto social e histórico da Inglaterra do século XIX, abrangendo a primeira onda feminista que lidou majoritariamente com o sufrágio das mulheres, direitos trabalhistas e educacionais, que se desenrolava na época, e a Revolução Industrial e as guerras napoleônicas, procuramos apontar no discurso literário traços que permitem a leitura feminista que caracteriza a recepção de sua obra. A autora, sempre crítica à sociedade inglesa oitocentista, é aclamada ainda hoje pela descrição que faz da sociedade rural britânica, assim como pela força de sua narrativa e pela interação entre as personagens, destacando o que podemos chamar de ―identidade feminina‖ por meio da criação de personalidades obstinadas, independentes e ousadas, que, contrariando a cultura em que estavam inseridas, não se deixavam pressionar pela busca de estabilidade por meio de um bom casamento. Mesmo dois séculos após a morte da autora e a publicação de seus romances, a obra de Jane Austen segue sendo considerada atual, é objeto de estudo e fóruns diversos, reunindo acadêmicos e fãs interessados todos em colocar em pauta suas personagens. Abordamos aqui mais detidamente essa problemática da recepção, examinando costumes e hábitos não-escriturísticos que afetam a produção autoral, constituindo a autoria. O modelo teórico-metodológico de levantamento dos semas constitutivos desse funcionamento está apoiado sobre as três instâncias constitutivas da dinâmica paratópica, que se relacionam dinamicamente – escritor, inscritor e pessoa – de forma que tanto os elementos internos aos textos como os externos se mostram indissociáveis na constituição da obra literária. Palavras-chave: Discurso literário; Paratopia criadora; Análise do discurso; Jane Austin

Amanda Chieregatti _Relatório Final – A paratopia criadora

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relatórios Amanda Guimarães

Com base no quadro teórico da Análise do Discurso de tradição francesa, especialmente em desdobramentos recentes propostos por Dominique Maingueneau (2006, 2008, 2010), analisamos a questão da criação e da autoria no “mundo dos fãs”, mobilizando os conceitos discursos constituintes, ritos genéticos e paratopia criadora para estudar materiais obtidos a partir do site Archive of Our Own, pertencente à Organization for Transformative Works, uma organização feita de fãs para fãs a fim de preservar a história dos fandoms – comunidades de fãs com interesses similares que interagem e participam de atividades de fãs por meio de discussões ou trabalhos criativos, como as fanfics (ficções escritas por fãs) – e apoiar qualquer tipo de trabalho feito pelos mesmos. A partir disso, tentamos contribuir para a sistematização de categorias nos estudos linguísticos-discursivos das fanfics, ao identificar os aspectos do fandom que influenciam a escrita das fanfics e verificar quanto da autoria se pode atribuir tecnicamente à fanfic writer (a autora das fanfics), à beta-reader (a sua editora/revisora) e ao texto-fonte, considerando as três instâncias apontadas por Dominique Maingueneau como constitutivas da paratopia criadora (pessoa, inscritor e escritor). Com isso, pretendemos verificar como se dá o atravessamento do interdiscurso no material que foi criado, que é um trabalho sobre um texto-fonte que tem alguns de seus elementos reescritos e remodelados nessa cultura de fãs. Para tanto, focalizamos sua preparação para ser publicado, seu processo de edição. Finalmente, consideramos a relação dessas práticas com os processos de preservação e seleção que, na história ocidental, definiram funções de mediação editorial (Chartier, 2007).

Amanda Guimarães_Relatório Parcial – Ritos Editoriais Genéticos em Fandoms

Amanda Guimarães_Relatório Final I – Ritos Editoriais Genéticos em Fandoms

Amanda Guimarães_Relatório Final II – Ritos Editoriais Genéticos em Fandoms

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relatórios Andressa Leonardo

Nesta pesquisa de Iniciação Científica objetivamos contribuir para compreender como opera o telejornalismo atualmente, ao identificar o modo de constituição do ethos discursivo da Globo News, focando em três aspectos: publicidade, cenografia e posicionamento. Procuramos também verificar como ocorre a relação dessa instituição com o ciberespaço, e avaliar em que medida o jornalismo produzido pela Globo News atende aos princípios fundamentais da deontologia: instrumento de regras determinados pelas atividades profissionais, que é produzido também pela colaboração dos usuários, com o intuito de atender às necessidades da população. Desse modo, selecionamos como corpus de referência duas campanhas publicitárias intituladas “Nunca” e “Informação é vital”, produzidas pela agência F/Nazca Saatchi & Saatchi, e vinhetas do canal. A abordagem teórico-metodológica que seguimos tem por base a constituição discursiva do ethos, tal como proposta por Dominique Maingueneau, inscrita no quadro teórico da Análise do Discurso de tradição francesa.

Relatório Parcial fapesp – Andressa Leonardo
Relatório Final fapesp – Andressa Leonardo

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relatório Daniela Santos Fernandes

A nossa pesquisa foi formulada com base em dois acontecimentos acerca das pesquisas de opinião: a primeira é referente ao processo eleitoral no país no ano de 2014. A segunda tornou-se objeto de pesquisa em função de um trabalho feito no Laboratório 6 (seis) de Meios e Materiais Instrucionais ministrado pela Profa. Dra. Luciana Salazar Salgado, no qual trabalhamos, entre outras coisas, com questionários de sondagem.  A partir do quadro teórico-metodológico da análise do discurso de base enunciativa, com foco na noção de ethos discursivo e na proposta analítica das cenas da enunciação (Maingueneau, 2008a; 2008b), temos como objetivo compreender como “As ‘ideias’ suscitam a adesão por meio de uma maneira de dizer que também é uma maneira de ser” (MAINGUENEAU, 2014 p. 29) e investigar como funcionam os roteiros estabelecidos pelas metodologias de pesquisas de opinião qualitativas e quantitativas nos segmentos eleitorais e em pesquisas mercadológicas. Por meio da noção de ethos discursivo, analisamos o material verbal inscrito em um conjunto comunicacional, a fim de apreender os imaginários aí envolvidos. Esperamos contribuir para a reflexão sobre essas práticas sociais, determinantes na produção de avaliações institucionais e de políticas públicas, podendo identificar quais os possíveis efeitos dessa forma de abordagem pertinentes dada a conjuntura social em que vivemos.

daniela-santos-fernandes-relatorio-final-pibic

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relatórios Débora Baptista

O trabalho aqui desenvolvido tem como objetivo principal definir alguns dos semas fundamentais relacionados aos desaparecimentos durante a ditadura militar, de acordo com a teoria de semântica global desenvolvida por Dominique Maingueneau. Como córpus de estudo, selecionamos três filmes que narram a conjuntura vivida no Brasil, no Chile e na Argentina durante a época em que se viveu a ditadura civil militar na região, sendo eles: i) O ano em que meus pais saíram de férias, brasileiro, dirigido por Cao Hamburger, 2006; ii) Machuca, chileno, dirigido por Andrés Wood, 2004 e iii) Kamchatka, argentino, dirigido por Marcelo Piñeyro, 2002. Os três longas narram histórias de crianças que se veem sozinhas, sem compreender o que acontece ao certo a sua volta, vivendo em meio a prisões e fugas. Primeiramente, foi delineado um percurso histórico que registra o que ocorria com militantes durante a época da ditadura militar. Alguns morreram ao tentar escapar da repressão, se exilando da vida a que estavam acostumados e sendo levados à morte por não terem como se manter longe do convívio cotidiano de que participavam, enquanto outros foram presos, torturados e mortos pelos militares sem o registro ou a divulgação desses atos, e disso se dá o que referimos por desaparecimento. Para entender como é construído o paulatino entendimento das crianças em meio ao que vivem, mesmo que sem que recebam maiores explicações da conjuntura, mobilizamos também a noção de competência discursiva, que nos permite explicar como se forma a compreensão dos garotos, dada a partir da vivência e da percepção do mundo em que estão inseridos naquele momento, considerado nada normal se comparado aos padrões que estavam acostumados na companhia de seus pais, antes da ditadura se instaurar em cada um dos referidos países e de seus progenitores se envolverem com a militância.

Relatório Parcial Débora Baptista

Relatório Final – Débora Baptista

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relatórios Fernanda Capelari

Este projeto de pesquisa teve como plano inicial analisar os processos de edição, focalizando a construção de personagens como criação de ethos discursivo, tendo como corpus dez livros da coleção SNOOPY, que provêm das famosas tirinhas de jornal Peanuts, escrita e desenhada pelo cartunista norte-americano Charles Schulz (1922 – 2000). Essa análise mobiliza um modelo teórico proposto por Dominique Maingueneau, sendo assim um projeto inscrito no quadro da análise do discurso de tradição francesa de base enunciativa. O que impulsionou a pesquisa foi o fato de que uma das personagens, Patty Pimentinha, referida sempre por sua amiga Marcie como senhor, em inglês sir, sofreu um processo editorial em um dos livros da coleção analisada, em que a tradução brasileira para a personagem citada passou a meu, uma gíria paulistana. Esse problema da ordem da mediação editorial será explicitado no decorrer da pesquisa.

relatorio-parcial-mediacao-editorial-e-ethos-discursivo-uma-analise-da-construcao-de-personagens-na-colecao-snoopy

relatorio-final-mediacao-editorial-e-ethos-discursivo-uma-analise-da-construcao-de-personagens-na-colecao-snoopy

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relatórios Jaqueline Ribas

Em nosso projeto inicial, nos propusemos a analisar a circulação do sintagma “liberdade de expressão” no discurso midiático tomando como referência os atuais debates sobre o Marco Regulatório da comunicação no Brasil, tendo como base a proposta teórico-metodológica desenvolvida por Alice Krieg-Planque (2009, 2010) acerca da noção de fórmula discursiva. Segundo os pressupostos teóricos de Krieg-Planque (2009, 2010), uma fórmula discursiva caracteriza-se por quatro propriedades fundamentais: 1. ser um sintagma cristalizado; 2. se instaurar em uma dimensão discursiva; 3. funcionar como referente social; e 4. comportar um aspecto polêmico. O êxito dessa pesquisa não está centrado na constatação do status de fórmula do sintagma, mas na condução de um raciocínio apoiado em um percurso metodológico que permite analisar as relações entre o material linguístico e os meios em que circula. A proposta de adoção de medidas reguladoras sobre os meios de comunicação gera controvérsias em todo o Brasil. De um lado estão os movimentos sociais que desejam estabelecer um novo funcionamento na comunicação brasileira e acreditam que a regulamentação permite equanimidade no acesso e na produção de conteúdos comunicacionais, assim, a “liberdade de expressão” se põe como democratizante. De outro lado, estão aqueles que acreditam que regulamentar é um passo para coibir, de modo que a “liberdade de expressão” é posta como contrária à regulamentação, que é homologada com censura. Desse modo, há uma única fórmulas em circulação reivindicada por pelo menos duas posições discursivizadas, em que o sintagma “liberdade de expressão” é enunciado como “necessidade de regulamentação” ou “nenhuma regulamentação”. Tomamos como ponto de partida da pesquisa um levantamento de ocorrências desse termo nos portais das revistas semanais Veja e Carta Capital, considerando que essas revistas partilham de um mesmo espaço de circulação – o do jornalismo de semanários – e se põem como ideologicamente antagônicas. Além disso, levantamos ocorrências do sintagma na blogosfera, levando em consideração o blog da campanha popular “Para expressar a liberdade” e outros portais de comunicação que julgamos importantes para o desenvolvimento da pesquisa, já que pretendemos identificar questões políticas e sociais cristalizadas na circulação do 5 sintagma “liberdade de expressão” nas discussões da regulamentação da comunicação brasileira hoje. Na I CONFECOM (Conferência Nacional de Comunicação) realizada de 14 a 17 de dezembro de 2009, coordenada pelo Ministério das Comunicações, teve início a mobilização que culminou na campanha “Para expressar a liberdade” e na construção do Projeto de Lei de iniciativa popular que visa regulamentar o que diz a Constituição de 1988 em relação às rádios e televisões brasileiras. Portanto, nos propusemos a analisar o sintagma a partir de 2009, pois a campanha passa por um período de efervescente divulgação e o Projeto de Lei tem gerado diversas discussões no âmbito político, ganhando dimensão social midiática. Estudar esse objeto tem como finalidade analisar as diferentes interpretações e posições dos atores sociais que mobilizam o sintagma “liberdade de expressão” e o fazem circular. Isto é, procuramos verificar as relações de poder e opinião que engendram o sintagma.

Relatório Parcial_ Jaqueline Ribas – Fórmula liberdade de expressão

Relatório Final _ Jaqueline Ribas – Fórmula liberdade de expressão

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relatório Karen Naomi Aisawa

O grupo de pop sul-coreano Bangtan Sonyeondan (BTS) deu início, a partir de 29 de abril de 2015, ao lançamento, nas mais diversas plataformas, digitais ou não, de uma série de clipes musicais, curtas, webtoon (quadrinho digital online de origem coreana), entre outros materiais, a fim de compor a história conhecida como Bangtan Universe (BU), ou BTS Universe, aqui tomado como uma narrativa transmídia (JENKINS, 2015). Trata-se, assim, de um objeto editorial típico do atual período, fruto da cultura participativa dos fandoms, uma vez que a eles cabe a coleta, a leitura e a interpretação dos fragmentos da história espalhados pelas diversas plataformas, resultando, por fim, em teorias sobre o universo como um todo, que podem ou não ser publicadas sob a forma de comentários e/ou vídeos nas mais diversas redes sociais. Tal objeto, olhado desta perspectiva, nos leva a várias questões do ponto de vista editorial, das quais destacamos a principal, a ser investigada durante a pesquisa aqui proposta: considerando todos os espaços digitais e não digitais ocupados pelo grupo para a construção da referida narrativa e a questão do que chamaremos por ora de co-enunciação dos fãs, como podemos pensar essa obra como obra? Que dinâmica lhe confere unidade e valor reconhecido? Para tanto, embasaremo-nos nos fundamentos da Análise do Discurso de linha francesa, em especial, os estudos de Maingueneau (2006, 2008) acerca dos espaços canônico e associado e também a noção de mundos éticos, mobilizando, ainda, como fundamentos para o trabalho, o conceito de mídium de Debray (2000a e b) e o de ritos genéticos editoriais de Salgado (2016a), conjugando-os aos elementos que definem o que Santos (2000) denomina período técnico-científico informacional.

Relatório Parcial Karen Naomi Aisawa – Mídium e mundo ético: um estudo das relações entre espaço canônico e espaço associado na criação multiplataforma do BTS Universe

Relatório Final Karen Naomi Aisawa – Mídium e mundo ético: um estudo das relações entre espaço canônico e espaço associado na criação multiplataforma do BTS Universe

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relatórios Letícia Clares

Iniciação Científica

Neste trabalho de Iniciação Científica buscamos pensar, a partir do lugar do revisor de textos, os processos editoriais adotados pela Secretaria Geral de Educação a Distância da Universidade Federal de São Carlos (SEaD-UFSCar). Tomamos como objeto de análise as versões impressa, roteiro de adaptação textual e audiolivro do material didático Reflexões sobre o fazer docente, nas quais nos propomos a investigar como se dão as manobras linguístico-discursivas específicas de cada um dos processos de tratamento dos textos, focalizando, sobretudo, o modo como as circunscrições do revisor de textos enquanto coenunciador editorial o situam na dicotomia leitura e autoria. Para tanto, ancoradas no método descritivo interpretativo da Análise do Discurso de linha francesa, mobilizamos os conceitos de regimes de genericidade e mídium, propostos por Dominique Maingueneau, e, ainda, de ritos genéticos editoriais, pensados por Luciana Salazar Salgado. Procuramos inicialmente fazer um breve panorama dos elementos conjunturais imersos no universo discursivo editorial e explicitar as etapas de produção de cada versão do material em estudo, para, assim, partirmos para as discussões acerca do lugar do revisor de textos e prosseguirmos com as análises dos dados selecionados no corpus. Nossos resultados indicam a instabilidade tanto dos processos editoriais abordados quanto do próprio lugar de inserção do revisor de textos, ambos mergulhados em um ambiente de práticas movediço e sujeito a constantes (e indispensáveis) mudanças de direção.

Letícia Clares_Relatório Final – A interface material impresso e audiolivro: o lugar do revisor de textos nos processos editoriais envolvidos

Mestrado

Nesta pesquisa, propomos um estudo da mediação editorial na comunicação científica, buscando investigar como os processos de tratamento editorial de textos funcionam em dois periódicos científicos de humanidades (uma categoria posta em questão) e quais seus efeitos sobre a comunicação do conhecimento científico. Tomamos como objetos de análise as revistas do Instituto de Estudos Brasileiros – IEB-USP, Rieb, e do Programa de Pós-Graduação em Geografia da FFLCH-USP, Geousp: espaço e tempo, além de um conjunto de materiais que circularam sob a rubrica editoração científica em cursos, eventos e ofertas de serviços editoriais em ambientes especializados, procurando entender de que modo os ritos genéticos editoriais dão indícios da constituição da comunicação científica como uma instituição discursiva e, assim, em que medida as condições de produção dos periódicos produzem, entre outras coisas, um apagamento de que há diferentes comunidades discursivas. Com base no método descritivo-interpretativo característico da análise do discurso de linha francesa e à luz das propostas teórico-metodológicas de Dominique Maingueneau, mobilizamos a noção de cenas da enunciação, com vistas a traçar um panorama dos elementos conjunturais do universo discursivo editorial da comunicação científica e investigar como, nesse contexto, funcionam os periódicos. Observamos, assim, como os ritos genéticos editoriais se operam nesses materiais e se relacionam à constituição do cenário atual da comunicação científica, dados os modos como as diferentes práticas de textualização dos atores envolvidos nos processos editoriais evidenciam consensos e resistências nos processos de produção, circulação e consumo de conhecimento.

Letícia Clares_Relatório Parcial – Ritos genéticos editoriais e comunicação científica: a atividade de revisão em periódicos

Letícia Clares_Relatório Final – Mediação editorial na comunicação científica: um estudo de dois periódicos de humanidades

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relatório Renata Motta

Este relatório traz reflexões e experiências acerca do projeto de Iniciação Científica desenvolvido no Departamento de Letras da UFSCar sob orientação da Profa. Dra. Luciana Salazar Salgado. Intitulado “Paratopia criadora e ritos genéticos: uma abordagem discursiva da crítica à obra literária de Chico Buarque de Hollanda”, foi desenvolvido no âmbito do Grupo de Pesquisa COMUNICA – Reflexões Linguísticas sobre Comunicação. Trabalhamos com o quadro teórico da Análise do Discurso de linha francesa com base enunciativa, mobilizando, sobretudo a noção de paratopia criadora e sua correlata ritos genéticos, propostas pelo pesquisador Dominique Maingueneau. Observamos o modo como o lugar do autor se constrói através da análise dos textos da crítica literária a respeito dos livros Budapeste (2003) e Leite Derramado (2009). Os dados que apresentamos aqui são parte de um corpus de pesquisa mais amplo e estão circunscritos aos acervos digitais dos jornais Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo, no período de 2003 a 2012.

Relatório Final_Renata Motta – Paratopia criadora e ritos genéticos

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relatório Thayara Galtério

Apresentaremos aqui o relatório final do projeto de Iniciação Científica que propôs como objetivo compreender, com base no quadro teórico da Análise do Discurso de orientação francesa, como funcionam as estratégias do discurso humorístico na construção e difusão de uma imagem corporativa. Para isso, procuramos traçar um percurso analítico que abarca a produção de uma identidade assentada na relação entre ethos discursivo e humor, o que implica os modos de circulação e a construção de uma cenografia: estudamos de que modo certas peças publicitárias caracterizadas como esquetes humorísticas constroem uma identidade para o Banco Itaú. A fim de divulgar produtos e serviços, constrói-se um ethos discursivo que emerge de esquetes encenadas pelo comediante Marco Luque. Com isso, no ambiente virtual, exploram-se as redes sociais, divulgando-se essas peças na plataforma de partilha de vídeo YouTube, obtendo-se efeitos exponenciais de divulgação com baixo custo, pois conta-se com a “colaboração” provocada pela adesão dos interlocutores, alcançada, neste caso, por uma empatia baseada no humor, que faz com que o vídeo circule como partilha de algo divertido. Possivelmente transforma-se, assim, a imagem negativa habitualmente atribuída aos bancos.

Relatório final_ Thayara Galtério – Ethos, humor e publicidade

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relatório Talita Maria de Souza

Este relatório traz reflexões acerca do projeto de Iniciação Cientifica intitulado A circulação do livro na web: um espaço para a bibliodiversidade, que foi desenvolvido no Departamento de Letras da UFSCar, no âmbito do grupo de pesquisas Comunica – inscrições linguísticas na comunicação, filiando-se à linha de pesquisa escritas profissionais e processos de edição, pela aluna Talita Maria de Souza, do curso de Licenciatura em Letras, sob a orientação do Prof. Dr. Luiz André Neves de Brito. Trabalhamos com o quadro teórico da Análise do Discurso de linha francesa com base enunciativa, mobilizando, sobretudo, as noções de ethos e semântica global propostas por Dominique Maingueneau. Em nosso trabalho, observamos o modo como é construída a imagem das editoras independentes através da análise dos sites das editoras Brejeira Malagueta, Pallas Editora e LiteraRua, pertencentes à LIBRE, e o modo como essas editoras se apropriam do ciberespaço, noção proposta por Pierre Lévy.

Relatório Final_Talita Maria de Souza – A circulação de um livro na web

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relatórios Vitória Ferreira Doretto

Em nosso projeto inicial, nos propusemos analisar as relações entre materialidade e constituição da autoria no livro S. de J.J. Abrams e Doug Dorst, tendo como base o quadro teórico da análise do discurso de tradição francesa, em específico os desdobramentos propostos por Dominique Maingueneau (2006) para o estudo do funcionamento discursivo de materiais literários, isto é, para estudo do literário como um regime de criação e produção, e o conceito de partilha do sensível nos termos de Jacques Rancière (2009). Para tanto, mobilizamos os conceitos de mídium e paratopia criadora com vistas a estudar os textos disponibilizados na obra – tanto seu romance quanto a história que se desenvolve “paralelamente” na marginália do livro. Levando em conta as três instâncias apontadas por Maingueneau como constitutivas da paratopia criadora (pessoa, inscritor e escritor) e a releitura da função-autor feita por Roger Chartier (2012), investigamos a problematização da autoria lavando em conta a materialidade inscricional. Temos, com o conceito de mídium, o entendimento de que os textos não são transmitidos depois de sua produção, pois a forma como o texto se institui materialmente é parte integrante de seu sentido – assim, a descrição desse objeto editorial em um site, que é parte importante do modo como ele se anuncia, se lança e, então, circula, também é abordada neste relatório, em seus aspectos multimodais e multimateriais relativos à condição de partícipe do sistema que dá identidade a esse livro (WOODMANSEE; JASZI, 2006).

Relatório Parcial_Vitória F. Doretto – Autoria e Materialidade em S., de J.J. Abrams e Doug Dorst

Relatório Final_Vitória F. Doretto – Autoria e Materialidade em S., de J.J. Abrams e Doug Dorst

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